• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

“02 do Exército está do nosso lado”, diz empresário alvo da PF sobre Braga Netto

Conversas obtidas pelo serviço de imigração dos Estados Unidos e compartilhadas com a Polícia Federal (PF) colocaram o general Walter Braga Netto no centro de suspeitas de desvios em contratos fechados durante a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, em 2018 (governo Michel Temer).

As mensagens indicam que Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, recebeu lobistas e teria prometido “dar uma força” para viabilizar contratações superfaturadas e sem licitação. O general teve os sigilos telefônico e telemático quebrados no âmbito da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça 12. Os agentes fizeram buscas em 16 endereços.

Braga Netto não foi alvo de buscas, mas é investigado. O objetivo dos investigadores é confrontar os diálogos resgatados.

As conversas foram recuperadas no celular do empresário brasileiro Gláucio Octaviano Guerra no aeroporto de Dulles, na Virgínia. O empresário, que mora nos Estados Unidos, começou a ser investigado por autoridades americanas por suspeita de apoio logístico ao grupo criminoso envolvido no assassinato do ex-presidente do Haiti Jovenel Moises, em julho de 2021.

Guerra é sócio da empresa CTU Security LLC, especializada em equipamentos de segurança, que foi contratada pelo Gabinete da Intervenção Federal no Rioseg para fornecer 9. 360 coletes balísticos. O contrato foi suspenso após irregularidades nos documentos fornecidos pela empresa. O Tribunal de Contas da União (TCU) também apontou indícios de conluio e superfaturamento na ordem de R$ 4,6 milhões.

Os diálogos do empresário apontam que o general da reserva do Exército Paulo Roberto Correa Assis e o coronel Robson Queiroz Mota, ex-assessor da então secretaria de intervenção federal, teriam sido contratados para fazer lobby junto ao Gabinete da Intervenção em favor da CTU Security. Eles são investigados na Operação Perfídia.

Os investigadores tiveram acesso a um e-mail enviado pelo general Paulo Assis ao parecerista do contrato dos coletes. “Estive em um almoço na sexta passada com o Gen Braga Netto e comentei sobre a liberação dos coletes de proteção balística para a Polícia do RJ, em estudo nessa Casa Civil da PR (Presidência da República). Ele disse que iria dar uma ‘força’ junto ao senhor para atender ao que pleiteamos”, diz a mensagem.

O print do e-mail é compartilhado por Guerra com o irmão. Ele envia, na sequência, um áudio em que afirma que o ‘zero dois do Exército Brasileiro, que foi o interventor federal, está do nosso lado’, em referência a Braga Netto.

O general Walter Braga Netto também teria recebido o coronel Robson Queiroz Mota em um jantar organizado em sua própria casa, em Brasília, em março de 2020. É o que indicam mensagens do coronel. Ele pede aos empresários a emissão de passagens aéreas do Rio para Brasília para participar do evento.

Em nota, Braga Netto afirmou que os contratos seguiram os trâmites legais. Diz também que a compra de coletes junto à CTU foi anulada e que não houve repasse de verbas para a empresa.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.
 
  • New Page 1