Ato do 1° de maio é continuidade da greve geral, diz CUT
Centrais sindicais promoveram ato polÃtico hoje (1°) em celebração ao Dia do Trabalho, na Avenida Paulista, e destacaram que o evento serviu para reafirmar as crÃticas à s reformas trabalhista e da Previdência, que motivaram a greve geral realizada na última sexta-feira (28). âFicou claro que o Brasil é contra as reformas [trabalhista e da Previdência] propostas pelo [Michel] Temer. Por isso a greve geral foi um sucessoâ, avaliou Vagner Freitas, presidente da Central Ãnica dos Trabalhadores (CUT).
Após o ato, os participantes saÃram em caminhada em direção à Praça da República, onde ocorrem apresentações culturais.
No dia 4, as centrais farão reunião para decidir agenda de mobilização. Entre as propostas em estudo, está uma marcha à BrasÃlia ou a organização de mais uma greve geral. Freitas informou ainda que as entidades irão se reunir nesta terça-feira (2) com o presidente do Senado Federal, EunÃcio Oliveira (PMDB-CE), para discutir a reforma trabalhista, que tramita na Casa. âA população começa a responder ao chamado das centrais sindicais no sentido de levantar a bandeira em defesa dos direitos sociais e trabalhistasâ, avaliou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB).
O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Ãndio, questiona o apoio da população ao governo de Michel Temer “para impor uma reforma que altera completamente a vida da maioria da população e a gente aceite issoâ, disse em referência à pesquisa sobre a popularidade divulgada no dia 26 de abril.
A auxiliar administrativo Francisca Pereira, 50 anos, participou da greve geral na última sexta-feira (28) e ato do 1º de Maio. âEu trabalho com educação, então tava bem mobilizado. Nós entendemos que o momento é crÃtico e não podÃamos nos calarâ, disse. Ela decidiu participar do ato de hoje em continuidade à mobilização contra as reformas. âNós, trabalhadores, sempre contribuÃmos para o paÃs e agora não podemos pagar essa conta. A gente quer se aposentarâ.
O prensista Paulo Ricardo, 29 anos, não participou da greve, mas compareceu ao ato de hoje. âTemos que vir para a rua e lutar mesmo. Se ficarmos parados, só em casa, é que não muda nada mesmoâ, afirmou, ao posicionar-se contra o tempo de contribuição para conseguir o benefÃcio integral da aposentadoria. Na proposta original, o prazo é de 49 anos. Na proposta do relator da reforma da Previdência na Câmara, Artur Maia (PPS-BA), o prazo foi reduzido para 40 anos.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto não se manifestou sobre as crÃticas. Em mensagem pelo Dia do Trabalho, divulgada por meio das redes sociais, o presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que a reforma das leis trabalhistas que tramita no Congresso Nacional faz do 1º de Maio deste ano um âmomento históricoâ. Temer afirmou que a âmodernização das leis trabalhistasâ criará emprego para os jovens e concederá direitos a trabalhadores que antes não tinham, como os temporários.
Movimentos sociais
O integrante da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), destacou que na greve geral os movimentos fizeram mobilização “nos morros, nas favelas, nas periferias. Não foi ainda uma tática de guerrilha urbana, mas nós faremos, se necessário forâ, disse, ao mencionar bloqueios de vias e rodovias feitos na última sexta-feira.
Pela Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), criticou a criminalização dos atos e a manutenção da prisão de integrantes da organização. âNão há nenhum indÃcio, nenhuma prova. Tiveram o pedido de liberdade negado por ameaça à ordem pública, que é próprio de regimes de exceção e autoritários para tratar opositores. Estão presos até agora. São presos polÃticos da greveâ, declarou.Â
Na última sexta-feira, o governo federal afirmou que as manifestações ocorreram de forma livre e criticou os bloqueios de vias que impediram “o direito de ir e vir do cidadão“.
Fonte: EBC