O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os chefes de Estado da Espanha, Chile, Colômbia e Uruguai vão realizar, na próxima quarta-feira (24), um encontro paralelo à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com foco na defesa da democracia e no combate aos extremismos. Pela primeira vez, os Estados Unidos não participam da reunião — nem por convite, nem por interesse.
A ausência marca uma mudança em relação ao ano passado, quando o evento foi realizado com o apoio do então presidente norte-americano, Joe Biden, que chegou a enviar representantes. Desta vez, com Donald Trump de volta à presidência, segundo integrantes da comitiva brasileira, os organizadores sequer cogitaram convidar o governo dos EUA. A administração Trump, por sua vez, não sinalizou qualquer disposição para integrar a iniciativa.
Assembleia da ONU
Lula desembarcou em Nova York na manhã deste domingo (21), acompanhado de assessores e ministros. Na terça-feira (23), o presidente abrirá oficialmente os trabalhos da Assembleia Geral da ONU, conforme determina a tradição iniciada em 1947, com a participação do Brasil no primeiro discurso da sessão plenária.
A reunião dos líderes sobre democracia está prevista para o dia seguinte e deve reunir presidentes e representantes de países que se alinham em torno de compromissos institucionais contra ameaças autoritárias.
Evento recorrente
Em 2023, Lula já havia promovido encontro semelhante, intitulado “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, em conjunto com lideranças de esquerda e centro-esquerda da América Latina e Europa.
Na ocasião, houve participação dos Estados Unidos — o que, segundo interlocutores do Planalto, conferiu maior peso político à cúpula informal.
Neste ano, porém, os articuladores mantiveram o foco regional e ideológico, excluindo os EUA da lista de convites. Segundo apuração do G1, não houve tratativas nem por parte do Itamaraty, nem por iniciativa da Casa Branca. O evento será fechado à imprensa e não deve resultar em documento formal conjunto.
