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Paraná 2040: potencialidades regionais geram riqueza e desenvolvimento


Projeto inovador traça rotas estratégicas e direciona investimentos no estado. No início dos anos 2000, o grupo de pesquisadores europeus liderado por Dominic Foray, o Knowledge for Growth, começou a explorar quais seriam as razões para que a Europa estivesse atrasada em relação aos Estados Unidos em relação à competitividade e às novas tecnologias. A conclusão foi que o investimento em pesquisa na Europa estava excessivamente fragmentado, sem coordenação e interação entre as partes interessadas.
A partir dessas constatações, o grupo passou a trabalhar com o conceito de especialização inteligente. A partir desse direcionamento, cada território deve concentrar a sua intervenção de desenvolvimento em áreas de especialização, nas quais existam potencial significativo ou vantagem competitiva para sustentar o crescimento da produtividade.
A ideia de identificar as potencialidades regionais para a criação de riqueza e progresso socioeconômico, inspirada nessa metodologia europeia, foi a força que impulsionou um projeto arrojado e desafiador idealizado pelo Governo do Paraná. Conduzido pela Fundação Araucária e com a execução técnica do Observatório Sistema Fiep, o Paraná 2040 é um direcionador estratégico para os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação personalizados para cada região do estado.
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Executar um projeto em nível estadual, com metodologia inovadora e internacional, exigiu um elevado nível de conhecimento e experiência em levantamento de informações e desenvolvimento de um planejamento estruturado. Essa foi a tarefa do Observatório Sistema Fiep e seu grupo de 80 pesquisadores multidisciplinares.
“Nossas equipes já contavam com uma experiência de mais de 18 anos em elaboração de rotas estratégicas para vários setores em diversas localidades do país, mas trabalhar no Paraná 2040 foi algo muito compensador, uma vez que é uma iniciativa construída a partir de uma inteligência coletiva e que ofereceu um panorama extremamente especializado das potencialidades de todas as regiões do estado”, conta Michelli Stumm, pesquisadora e uma das coordenadoras técnicas do projeto pelo Observatório.
Para fins de levantamento e organização dos resultados, o estado foi dividido em nove regiões, denominadas ecossistemas: RMC (Região Metropolitana de Curitiba), Litoral, Campos Gerais, Centro-Sul, Sudoeste, Oeste, Noroeste, Norte Central e Norte Pioneiro.
“Foram dois anos de projeto utilizando os fundamentos da especialização inteligente utilizada na Europa, porém com uma adaptação própria para o contexto brasileiro e, principalmente, para o regional”, conta a coordenadora.
Iniciado em 2019, o Paraná 2040 teve quatro fases:
Produção de diagnósticos regionais: caracterização territorial, populacional, social, científica, tecnológica, econômica e urbanístico-ambiental dos ecossistemas;
Identificação de domínios e subdomínios de transformação: delimitação de prioridades temáticas e multissetoriais de cada ecossistema;
Composição de visões de futuro: descrição do futuro desejado para cada ecossistema e para o todo o estado;
Proposição de ações transformadoras: construção do planejamento de ações que pretende transformar cada ecossistema em direção às visões de futuro delineadas.
O projeto envolveu 1.385 especialistas participantes, representantes do poder público, universidades, empresas e sociedade civil. Foram três abordagens utilizadas para a construção e validação de conteúdos: painéis on-line para debates, consultas que validaram publicamente conteúdos estratégicos e ateliês técnicos para cocriação e validação entre as equipes da Fundação Araucária e do Observatório Sistema Fiep.
“Utilizar a metodologia da especialização inteligente e adaptá-la à realidade paranaense foi um grande aprendizado. Dividimos o estado em nove ecossistemas com a mentalidade de não serem regiões estanques em suas características de ciência, tecnologia e inovação, mas que poderiam se completar entre si, extraindo o melhor das partes para refletirem no todo sobre o desenvolvimento do Paraná”, comenta Juliane Bazzo, pesquisadora do Observatório.
Para ela, um dos grandes desafios foi a mobilização de diferentes representantes para a discussão e troca de informações. “Ao participar desse projeto foi possível não apenas entregar o que a Fundação procurava, mas também aprendermos uma nova metodologia que pode ser reaplicável e construir rotas estratégicas para outras regiões do país”, finaliza
Universidade ativa no desenvolvimento regional
“As universidades são elementos essenciais para o desenvolvimento de uma região, já que formam profissionais em áreas específicas, que precisam estar alinhados ao desenvolvimento regional. O principal local de desenvolvimento de pesquisas científicas e prospecção de inovação é dentro da academia, nas universidades. Assim, ela participa da detecção e solução de problemas que são elementos-chave para o desenvolvimento regional”. Essa é a opinião da professora Débora Sant’Ana, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), uma das participantes do Paraná 2040.
Para a Débora, a tendência é que haja ainda mais envolvimento das universidades agora que foram traçadas as rotas estratégicas.
Novas competências aplicadas ao crescimento
O Projeto Paraná 2040 disponibiliza uma coleção de e-books com quatro produtos:
Portais de Dados com informações de todos os ecossistemas pesquisados;
Mapeamento de Ativos (Maps), com visualização das principais organizações de cada ecossistema;
Análises Swot, que apresenta as forças (strengths), as fraquezas (weakness), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) de cada ecossistema;
Roadmaps: devem apoiar a concretização do projeto de futuro de cada ecossistema regional do Paraná.
Para Cristiane Cordeiro Nascimento, assessora de Relações Institucionais e Inovação da Fundação Araucária, as análises trazidas pelo Paraná 2040 puderam, além de demonstrar as potencialidades, apresentar novas competências para cada região.
“Temos vários exemplos de insights trazidos, como os setores de químico-materiais e aeroespacial, que identificamos como fundamentais para desenvolvimento das regiões em que estão inseridos e que não se enxergavam ou eram identificados como potenciais. São atores assim que agora podem ter sua capacidade de contribuição para o desenvolvimento sustentável reconhecida e fomentada”, comenta.
Para a assessora da Fundação, por meio do Paraná 2040, foi possível descobrir competências e potenciais de crescimento no estado que não estavam identificadas. “Com o levantamento feito e os resultados que obtivemos, é possível agora realizar a articulação entre todos os setores e especialistas envolvidos. Vamos trabalhar juntos pelo desenvolvimento socioeconômico do Paraná”, finaliza.
Conheça mais aqui sobre as rotas estratégicas do Observatório Sistema Fiep.

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