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Polícia abre inquérito para apurar suposto conteúdo racista em material didático distribuído em escolas de Bauru


Programa “Palavra Cantada na Escola“ foi adquirido pela Secretaria Municipal de Educação no ano de 2022 e custou R$ 5,2 milhões aos cofres municipais. Professora identificou ofensas à dignidade ou decoro em razão da cor no conteúdo de um livro destinado a alunos do 5º ano. Professora denunciou racismo em material do Palavra Cantada em Bauru
Prefeitura de Bauru/Divulgação
A Polícia Civil de Bauru (SP) instaurou inquérito para apurar o crime de injúria racial no conteúdo do material didático “Palavra Cantada”, adquirido pela Secretaria Municipal de Educação e distribuído nas escolas municipais.
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Segundo o delegado Adriano Crês, que preside o inquérito, uma professora identificou ofensas à dignidade ou decoro em razão da cor no conteúdo de um livro destinado a alunos do 5º ano do ensino fundamental.
O conteúdo em investigação diz respeito a um trecho do cordel “Eu nunca posso perder”, que consta no material para estudantes na faixa etária dos 10 anos. Em determinado verso, a composição diz que “é mais fácil um negão tomar banho e ficar branquinho”.
A docente procurou o Ministério Público, que solicitou à Polícia Civil a abertura das investigações. O inquérito policial foi instaurado na última segunda-feira (1º).
De acordo com o delegado, o trabalho inicial será identificar o responsável, dentro da Secretaria de Educação, por realizar a revisão do livro e autorizar a distribuição nas escolas.
Em nota, a Prefeitura de Bauru afirmou que “diante das manifestações e identificações realizadas pelos professores, a equipe do material Palavra Cantada reconheceu o equívoco presente nas expressões utilizadas”.
A Secretaria de Educação informou ainda que “já foi realizado a produção de uma nova versão revisada dos materiais” e que “reitera o compromisso com uma educação de qualidade, que promova a inclusão e o respeito às diferenças”.
A Movimenta Editora e a Palavra Cantada também disseram que “repudiam veementemente qualquer forma de discriminação”, reafirmando “o compromisso conjunto com uma educação de qualidade pautada na inclusão e no respeito à diversidade”.
Desde janeiro de 2023, o crime de injúria racial é equiparado ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível. O crime de injúria racial é caracterizado quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem.
Já o de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral. O crime de racismo tem pena de dois a cinco anos de prisão.
Material milionário
O programa “Palavra Cantada na Escola“ foi adquirido pela Secretaria Municipal de Educação no ano de 2022 e custou R$ 5,2 milhões aos cofres municipais.
No ano passado, o material didático se tornou alvo de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal, com questionamentos sobre a motivação da aquisição.
Ao final da CEI, o relatório final não apontou irregularidades cometidas pelo Poder Executivo na aquisição do material.
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